abril 2015 - UBM - Seção Paraná

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Livro sobre assédio moral na administração pública será lançado dia 24 de abril

terça-feira, abril 21, 2015


Obra conta com a participação de pesquisadores que são referência no tema

O livro Estado, Poder e Assédio: Relações de Trabalho na Administração Pública, que será lançado nesta  sexta-feira(24), é um conjunto de pesquisas de estudiosos do assunto que explicam, debatem e exemplificam o assédio moral no serviço público. O evento acontece às 19h, no salão nobre do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR) - Praça Santos Andrade.

Qualquer violência realizada por superiores de forma constante e repetitiva cujo objetivo seja desestabilizar emocional e profissionalmente o indivíduo, pressioná-lo a pedir demissão e/ou a se sujeitar passivamente a determinadas condições é considerada assédio moral.

Após muito estudo, os autores conseguiram estruturar o livro para ser uma referência para pesquisadores e estudantes, principalmente para o campo do direito.

Com o aumento dos casos de assédio moral na administração pública e sem uma lei específica para atuar e combater essa violência, a obra irá colaborar com a justiça ao ser um manual de jurisprudência. Ainda, será uma forma de dar conhecimento aos trabalhadores sobre o que é o assédio, como ocorre e quais são as medidas a serem tomadas nesses casos.

Entre os autores do livro estão nomes como Margarida Barreto, Roberto Heloani, Luis Allan Künzle, Fernanda Zanin, Ricardo Tadeu, José Antonio Peres Gediel, Lawrence Estivalet, João Arzeno, Andressa Szesz, José Henrique Faria, Roger Raupp Rios, Bruno Chapadeiro, Jorge Souto Maior, Eduardo Faria, Marystela Bischof e Giovanni Alves.

A iniciativa de reunir artigos para tratar do tema é da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR-SSind), do Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (Senge-PR), juntamente a diversas outras entidades que promoveram o seminário Estado, Poder e Assédio, realizado em 27 de março.

Lançamento

Antes da sessão de autógrafos, o juiz federal do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região, doutor em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (URGS) e colaborador da obra, Roger Raupp Rios, fará uma palestra sobre a violência no servidorismo.

O lançamento será aberto ao público e contará com personalidades ilustres que estarão prestigiando o trabalho dos autores.

Serviço
Lançamento do livro Estado, Poder e Assédio: Relações de Trabalho na Administração Pública
Data: 24 de abril
Horário: 19h
Local: Salão nobre do Prédio Histórico da UFPR – Praça Santos Andrade

Com informações da Assessoria de imprensa do evento 

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Mulheres do Paraná repudiam piada sobre estupro feita pelo comediante Diogo Portugal

quarta-feira, abril 01, 2015
Nós, entidades do movimento de mulheres e feministas do Paraná, repudiamos a piada sobre estupro feita pelo comediante Diogo Portugal, que foi encontrada em um vídeo divulgado no Facebook no final do mês de março. Ao fazer a piada, o comediante faz incitação e apologia ao crime. Exigimos retratação pública do autor dessa declaração machista e com comportamento misógino e vamos acionar o Ministério Público do Paraná, solicitando a abertura de inquérito contra o humorista.

O Festival Risorama (shows de stand up comedy), mostra paralela ao Festival de Teatro de Curitiba, aconteceu neste ano de 2015, entre os dias 26 e 31 de março no Park Cultural do Park Shopping Barigui. No dia 29 de março, data do aniversário dos 322 anos de Curitiba, o comediante Diogo Portugal, fez a seguinte piada, no espaço público com capacidade para 900 pessoas, onde estava sendo realizada mais uma apresentação de seu stand up: "Curitiba tem um alto índice de estupro, vocês sabiam disso? Não é mentira isso que eu tô falando, tem alto índice de estupro! Mas depois eu fiquei pensando que faz sentido, né? Porque no inverno de Curitiba, pro sujeito conseguir comer a mulher dele, só estuprando!"

Nós, representantes de diferentes entidades e organizações de mulheres, entendemos que piada sobre estupro é crime e o autor deve ser punido, pois o comediante, nesse caso, torna-se não somente um abusador, mas um sujeito que incita a violência e a cultura do estupro. Estupro não é piada: é crime previsto em Lei!

Denunciamos e repudiamos a declaração de Diogo Portugal pelo desrespeito às mulheres, sobretudo com as moradoras de Curitiba. Esse tipo de chacota pública incomoda a todas nós, todos os dias.  Lutamos pelo fim de todas as formas de violência contra a mulher. Defendemos que nenhuma mulher pode ser agredida física, psicológica ou moralmente. Compreendemos que, ainda que se trate de um show de entretenimento, o autor da piada não está isento do crime, porque as representações simbólicas do ato da violência estão presentes na fala do comediante.

É fato que o Paraná, segundo dados da Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI), que mapeou em 2012 a violência contra mulher no Brasil, é o terceiro estado com mais denúncias sobre a violência contra a mulher. No entanto, esses dados têm que ser problematizados, ou seja, é preciso que façamos uma análise acerca do machismo e o patriarcalismo para cobrar dos gestores públicos a criação de políticas públicas que revertam essas estatísticas. Precisamos também de mecanismos que protejam e amparem a mulher em situação de violência. Hoje, a cada 5 minutos, 1 mulher é vítima de algum tipo violência no Brasil. No Paraná, em 2014, foram registrados quase 40 mil boletins de ocorrência de violências contra a mulher.

Os excessos e incentivos à cultura do estupro têm sido recorrente entre os comediantes. A piada feita por Diogo Portugal é descabida justamente por isso: pela banalização que se faz dos altos índices de violência, principalmente a do estupro. Além disso, é machista, de comportamento misógino e carregada de discurso de ataque ao oprimido, às minorias. Programas brasileiros de TV encabeçados por ‘humoristas’ como Danilo Gentili e Rafinha Bastos, são exemplos de produtos desnecessários na programação da TV aberta; os programas dos ‘humoristas’ citados trazem conteúdos repletos de humor carregados de preconceito, caricatos em seu discurso, além de serem machistas, racistas e homofóbicos. As apresentações dos stand ups, não generalizando, também seguem a mesma linha, uma vez que se caracterizam pelo humor que desumaniza e a linguagem do comediante não é neutra.

Exigimos a retratação pública do comediante nas apresentações dos seus stand ups durante o período equivalente ao que ele utilizou para fazer a agressão. Também, buscando diálogo para propor a ruptura com o machismo, solicitamos que o comediante - em seus shows - se desculpe pelas ofensas gratuitas e afirme que com crime de estupro não se faz piada. Não aceitamos a argumentação superficial de que “na arte humorística tudo é valido” porque “somos um Estado democrático” e “temos liberdade de expressão” e que “é apenas uma piada”. Isso é simplificar o debate na esfera pública. Artistas, produtores e comediantes  têm que se responsabilizar pelo impacto e alcance dos seus discursos. Temos que considerar os nossos limites éticos num Estado que, anos após anos, vem construindo discursos plurais, alavancados principalmente  pelo protagonismo e luta dos movimentos ligados às minorias sociais.

Também solicitamos que o Ministério Público do Paraná acate essa denúncia de abuso e violência contra as mulheres e encaminhe a nossa petição à Promotoria de Investigações Criminais. Para tanto, nosso objetivo é colher assinaturas em todo o estado para reforçar o nosso posicionamento de repúdio em relação à postura do comediante Diogo Portugal, ancorado pela força da lei e pelas medidas judiciais cabíveis a esse caso.

União Brasileira de Mulheres

Clique aqui para assinar o documento  ou coloque o seu nome ou da entidade que representa no comentário desta nota.
 

Grupo do Facebook: Piada com crime de estupro NÃO! 

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