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Governos não precisam de maridos!

segunda-feira, maio 01, 2017

Repúdio à mais recente declaração machista de Michel Temer

A União Brasileira de Mulheres - UBM repudia veemente a mais recente declaração machista do presidente ilegítimo Michel Temer que, após reduzir a contribuição econômica das mulheres brasileiras às contas do supermercado, em entrevista ao Programa do Ratinho, afirmou que “os governos precisam ter maridos para não quebrarem”. Não é a primeira vez que Temer — que chegou à Presidência dando um golpe de Estado na primeira mulher eleita Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff — tenta confinar o papel da mulher ao âmbito doméstico, onde, segundo sua visão, deve ser subserviente ao homem. Suas declarações machistas, discriminatórias e retrógradas ofendem e indignam a nação.

O conteúdo das declarações de Temer, além de profundamente misóginos e discriminatórios, está completamente divorciado da realidade brasileira. Em toda a nossa história, nunca tivemos tantos domicílios chefiados por mulheres — o que reforça o total descabimento da declaração de que os governos, assim como as mulheres, precisam de maridos para não quebrarem. Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, que mostra as desigualdades de gênero e raça no país nos últimos 20 anos, o percentual de domicílios brasileiros chefiados por mulheres cresceu de 23% em 1995 para 40% em 2015. Nenhum desses milhões de domicílios quebrou por não ter marido, talvez até estejam em dificuldades econômicas, mas devido à política econômica do governo e não à “falta de marido”.

Ao emitir mais uma lastimável declaração de que “os governos precisam ter maridos”, na noite do dia 28 de abril, quando milhões de brasileiras e brasileiros foram às ruas em defesa da democracia, pelos direitos sociais e pelo direito à aposentadoria, Temer escancarou uma vez mais qual a natureza de seu governo ilegítimo. Um governo antidemocrático, antipopular e profundamente retrógrado e misógino, que pretende arremessar o Brasil novamente no século XIX.

Por isso, a propósito deste 1o de maio, a UBM conclama as mulheres brasileiras à resistência democrática e à continuidade da luta em defesa de nossos direitos, que estão sob ataque cerrado de Michel Temer e sua camarilha. Aumentamos nossos espaços na sociedade e no mercado de trabalho. Há cem anos, iniciamos a primeira greve geral da história do Brasil, no Cotonifício Crespi em São Paulo. Foram inúmeras as ocasiões em que provamos nosso valor na luta por um Brasil socialmente justo e soberano. Nossa contribuição ao Brasil não cabe no pensamento tacanho de um presidente golpista e misógino. A declaração do temerário golpista nos convoca a lutar ainda mais pela democracia, que só se faz com equidade de gênero e o empoderamento das mulheres de luta. Os governos não precisam de maridos, mas de cidadãs e cidadãos conscientes de sua responsabilidade social na política!

01 de Maio de 2017

União Brasileira de Mulheres
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Feministas: Temer reforça em discurso papel da mulher subalterna

quinta-feira, março 09, 2017
Dados do Ministério do Planejamento de maio a novembro de 2016 mostram que foram extintos 1.104 cargos ocupados por mulheres no governo de Michel Temer. A Secretaria de Políticas para Mulheres se transformou em uma pasta dentro da Justiça. Todos os ministros são homens. Para a presidenta da União Brasileira de Mulheres (UBM), Lúcia Rincón, o discurso de Michel Temer nesta quarta-feira (8) destacando o papel doméstico da mulher é coerente com o perfil do atual governo.

Temer ressaltou saber “o quanto a mulher faz pela casa”. Falou da importância da figura feminina para a criação dos filhos que, segundo ele, é tarefa da mulher, e da capacidade que elas têm em “indicar os desajustes de preços em supermercados” e “identificar flutuações econômicas no orçamento doméstico”. As declarações geraram uma onda de críticas no país que foram destaque na imprensa internacional.

“As declarações do presidente ilegítimo manifestam mais uma vez a concepção retrógrada e conservadora das relações sociais de gênero, do papel da mulher na sociedade”, declarou Lúcia. Para ela, esse ideário está marcando a política desse governo de ataque à toda a legislação e políticas progressistas.

“Essa visão autoritária, patriarcal das relações eles vêm manifestando em todo o processo político no Brasil. Um processo impregnado de falta de caráter, atitudes sorrateiras, traição. Tudo faz parte de uma forma de ver o mundo e que corremos o risco de ver crescer na nossa sociedade porque a legislação que esse governo tem estimulado e implantado intervém em toda a legislação progressista”, comparou Lúcia.

Na opinião de Liége Rocha, secretária nacional da Mulher do PCdoB, o destaque dado por Temer ao papel doméstico da mulher aposta no atraso e não reconhece o avanço da mulher no mercado de trabalho e na participação social. “Ele tenta relegar a mulher a um papel secundário, não quer reconhecer nossa atuação como construtoras desse grande país que é o Brasil.”

Na primeira gestão da presidenta Dilma Rousseff, mais da metade dos empregos formais criados foram ocupados por mulheres. Um dos maiores programas de transferência de renda do país, o Bolsa Família, que atende 14 milhões de brasileiros, tem 93,2% de mulheres responsáveis pelo benefício.

Houve avanços, mas ainda tímidos. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de 2016 mostra que o trabalho doméstico continua sendo um dos líderes entre os postos ocupados por mulheres. Em março do ano passado, o trabalho não remunerado feito em casa somava 5,9 milhões de mulheres, 14% da população feminina.

De acordo com Ieda Castro, ex-secretária nacional de Assistência Social (SNAS) no governo da presidenta Dilma, o governo usa uma falsa tese de pente fino no Bolsa Família para “impedir que as mulheres tenham uma transferência de renda e voltem à condição de subalternidade”.

Liége disse que Temer quer reforçar as estatísticas que jogam a mulher na invisibilidade. Segundo ela, nesse cenário, ganha força a ideia de “nenhum direito a menos”. “Hoje há mulheres exercendo funções relevantes em diversos espaços e, ao contrário do que pretende o presidente golpista, nós queremos avançar ainda mais. Nossa luta é para superar a sub-representação feminina nos espaços de poder enquanto Temer quer jogar as mulheres na invisibilidade”, criticou.

As manifestações do 8 de Março unificaram os movimentos contra as reformas de Michel Temer, sobretudo a da Previdência Social. A denúncia da violência doméstica, a defesa do direito ao aborto se somaram às críticas ao projeto de Temer que ataca a proteção social prevista na Constituição brasileira de 1988.

“As estatísticas recentes têm mostrado a reprovação ao desempenho do ilegítimo presidente. Apontam que a maior parte da população vai se esclarecendo quanto ao caráter do golpe que sofremos no Brasil. O 8 de Março mostrou a população indignada com o golpe que está sofrendo no mundo do trabalho e na sua história de vida e na sua perspectiva de velhice”, enfatizou Lúcia.

Fonte: Portal Vermelho
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