UBM - Seção Paraná: Violência contra as mulheres

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Nota de repúdio da UBM-PR em relação ao descaso do governo do Paraná sobre o assassinato da menina Rachel Genofre

segunda-feira, novembro 06, 2017

A União Brasileira de Mulheres – Seção Paraná(UBM-PR) repudia o descaso do governo do estado do Paraná em relação ao assassinato da menina Rachel Maria Lobo Oliveira Genofre, de 9 anos, que teve o corpo encontrado dentro de uma mala na rodoviária de Curitiba, na madrugada  do dia 05 de novembro de 2008, com sinais de estrangulamento e violência sexual.

Não podemos aceitar que o assassino de Rachel fique impune. O assassinato brutal da menina Rachel, marca o total descaso de um Estado patriarcal, inoperante e ineficiente, especialmente nas questões de segurança pública.

Nesses nove anos, muitas meninas e mulheres foram brutalmente violentadas e assassinadas; foram  109 somente neste ano!

Temos outro caso emblemático que a população sempre lembra, o da menina Thayná, de Colombo(Região Metropolitana de Curitiba), cercado de controvérsias dentro das investigações da própria polícia.

Ainda nesta semana, desapareceu uma menina em São João do Triunfo, no interior do Paraná, e  três dias depois o corpo encontrado denuncia: a menina foi violentada antes de ser assassinada.

Que Estado é este que não dá conta de proteger nossas meninas e mulheres, onde a cada dia vemos nas mídias casos e mais casos de agressões, violências das mais diversas, desaparecimentos que não se resolvem, estupros e assassinatos?

A população do  Paraná não merece tamanho descaso com meninas e mulheres!

Seguimos em luta, por elas, por nós e pelas outras!


Por um mundo de igualdade, contra toda opressão!
União Brasileira de Mulheres – Seção Paraná
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Nota de repúdio à carta aberta da Associação Comercial de Ponta Grossa de apoio ao general Mourão.

terça-feira, outubro 10, 2017
Hoje, dia 10 de outubro de 2017, dia nacional de luta contra a violência à mulher, a UBM vem a público manifestar seu repúdio à Carta aberta da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa(ACIPG) escrita em apoio ao general Mourão. Entendemos que uma entidade representativa como a ACIPG - ao apoiar a hipótese de uma intervenção militar - demonstra desrespeito à igualdade de gênero e ao desenvolvimento social que prega.

Lembramos que a violência é um dos aspectos do machismo, compartilhado pela ditadura. Fragilizar a democracia é também enfraquecer a luta das mulheres por respeito. Depois de mais de 50 anos do golpe civil-militar que sufocou o Brasil por 21 anos, lembramos, ainda, das mulheres que lutaram contra o regime militar, pois mesmo entre as demais vítimas, igualmente dignas de respeito e de admiração, as mulheres não apenas eram torturadas, mas também assediadas e estupradas por torturadores  – muitas delas grávidas ou no puerpério - simplesmente porque o poder sem controle produz monstros. Estas violências causaram dores profundas, muitas sofreram abortos ou ficavam estéreis após dias e meses de espancamento e tortura.

O machismo, que mata, estupra e violenta mulheres e crianças, se fortalece numa sociedade que banaliza e trata a violência contra a mulher como algo corriqueiro e irrelevante, e tenta desqualificar as políticas de enfrentamento à violência como a Lei Maria da Penha, as quais são frutos das  incansáveis lutas protagonizadas pelo movimento feminista. São muitas as razões pelas quais a sociedade patriarcal naturaliza este tipo de violência, cobrindo-a com o manto da invisibilidade. Quando tanto se fala em democracia, estado de direito e luta pela liberdade e pela dignidade, é importante não esquecer que a mulher brasileira ainda não goza desses direitos em sua integralidade. Ainda há os que, de uma perspectiva machista, acham que merecemos ser estupradas pelo modo como nos vestimos ou nos posicionamos.

Todavia, como movimento feminista, consideramos que o sistema democrático com seus pesos e contra-pesos é a única garantia de um sistema institucional de combate a corrupção compatível com nossos ideais, e que, nossas instituições, inclusive a Associação Comercial e Industrial de Ponta Grossa, deveriam sim lutar pelos direitos do ser humano e pelo desenvolvimento social e econômico, ao invés de sitiar e ameaçar nossa sociedade com o uso da força para garantir interesses pessoais de um ou outro dos seus representantes ainda presos a uma mentalidade escravista!


Paraná,  10 de outubro de 2017.


Núcleo Ponta Grossa | União Brasileira de Mulheres- Seção Paraná (UBM-PR)
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