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Gilse Cosenza viverá para sempre em nossos corações

segunda-feira, maio 29, 2017


A vida é feita de partidas e chegadas. Nesta noite de 28 de maio de 2017, encerra-se um dos mais belos capítulos da história das mulheres na luta pela democracia no Brasil: nossa grande guerreira Gilse Cosenza faleceu após uma dura luta contra o câncer.

Dia 1º de Abril de 1964 – dia do Golpe Militar no País, a caloura Gilse, que havia sido aprovada em 1º lugar para Serviço Social na PUC Minas, ingressa na luta contra a repressão. Como líder estudantil, foi presa e torturada. Permaneceu por longo período na clandestinidade, mudou de nome inúmeras vezes e lutou de forma aguerrida pelos direitos da mulher.

Integrante de uma lista de 17 estudantes onde era a única mulher do grupo, foi considerada perigosa pelos militares pelo fato de ser progressista e inteligente. Depois de formada, foi obrigada a fugir e viver na clandestinidade. Mesmo grávida, continuou ativa na militância e, em uma das reuniões, sua bolsa rompeu e foi levada ao Hospital das Clínicas onde descobriu que estava grávida de gêmeas. @s companheir@s que a acompanhavam conseguiram um médico progressista para fazer o parto, pois ali ela poderia ser descoberta e presa pelo regime militar.

Depois de quinze dias, uma das gêmeas morreu e Gilse ficou apenas com uma das meninas – sua filha, Juliana. Quando a pequena completou quatro meses de idade, Gilse foi presa pela ditadura e submetida barbaramente a torturas físicas e psicológicas. Os militares a ameaçavam dizendo que iriam pegar sua filha Juliana e torturá-la caso não colaborasse com os inquéritos. Jamais colaborou. Após todo o sofrimento, conseguiu ser libertada, foi para São Paulo reencontrar o marido e a filha, mas obrigada a continuar na clandestinidade.

Foi, então, convidada a recompor o PCdoB no Ceará, onde permaneceu anos na presidência do partido no estado. Com a mesma dedicação e disposição de luta, se empenhava na luta feminista. Tivemos a honra de sermos lideradas por ela na presidência da UBM no período de 1991 a 1997.

Gilse suportou cicatrizes, medos e incertezas com coragem e sem se curvar diante da luta. Diante de sucessivos desafios, manteve-se sempre de peito aberto no decorrer da sua existência que, hoje, infelizmente, chegou ao fim. Gilse Cosenza viverá para sempre em nossos corações, iluminando os nossos passos em defesa das mulheres, do Brasil e democracia!

28 de maio de 2017


União Brasileira de Mulheres                                             
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UBM destaca legado de Lula na presidência e presta solidariedade

terça-feira, maio 09, 2017
A presidenta da União Brasileira de Mulheres (UBM) Lucia Rincon, manifestou solidariedade a Lula, que irá prestar depoimento nesta quarta-feira (10) ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba, referente às propinas da empreiteira OAS para reformas de um Triplex no Guarujá. O ex-presidente nega as acusações e denuncia um linchamento de setores do judiciário e da grande mídia para desconstruirem sua imagem.

Por Laís Gouveia

Lucia Rincon reforça seu apoio a Lula, destacando sua importância como ex-presidente. "A ascensão de um Operário à Presidência da República no Brasil, significou para o povo uma virada histórica no comando de Governo, quando, pela primeira vez em 500 anos, foram realizadas políticas públicas marcadas pelo combate à miséria e a fome, inserção social e progresso, incluindo setores menos favorecidos", avalia.

Em relação a igualdade de gênero, Lucia diz que as gestões de Lula destacaram-se na garantia de direitos. "Foi criada a Secretaria da Política de Mulheres (SPM), além do profundamento dos mecanismos democráticos, discutidos e finalizodas em conferências nacionais, que resultaram no Plano Nacional de Política para Mulheres. Essas ações, entendias como políticas de estado, trasnversalizaram as práticas nos diferentes ministérios, abordando o enfrentamento em diversas formas de violência", ressalta.

"A promoção da Igualdade salarial entre homens e mulheres, garantia de direitos sexuais, combate ao racismo, homofobia e intolerância religiosa também fazem parte do legado Lula", conclui.

Apoio a Lula em Curitiba

Em apoio ao presidente Lula, a Frente Brasil Popular organiza nesta terça-feira (9) e quarta-feira (10) A Jornada de Democracia, onde diversas entidades dos movimentos sociais e cidadãos que se solidarizam com o ex-presidente promoverão atos públicos e atividades, denunciando as arbitrariedades com o petista.
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Governos não precisam de maridos!

segunda-feira, maio 01, 2017

Repúdio à mais recente declaração machista de Michel Temer

A União Brasileira de Mulheres - UBM repudia veemente a mais recente declaração machista do presidente ilegítimo Michel Temer que, após reduzir a contribuição econômica das mulheres brasileiras às contas do supermercado, em entrevista ao Programa do Ratinho, afirmou que “os governos precisam ter maridos para não quebrarem”. Não é a primeira vez que Temer — que chegou à Presidência dando um golpe de Estado na primeira mulher eleita Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff — tenta confinar o papel da mulher ao âmbito doméstico, onde, segundo sua visão, deve ser subserviente ao homem. Suas declarações machistas, discriminatórias e retrógradas ofendem e indignam a nação.

O conteúdo das declarações de Temer, além de profundamente misóginos e discriminatórios, está completamente divorciado da realidade brasileira. Em toda a nossa história, nunca tivemos tantos domicílios chefiados por mulheres — o que reforça o total descabimento da declaração de que os governos, assim como as mulheres, precisam de maridos para não quebrarem. Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, que mostra as desigualdades de gênero e raça no país nos últimos 20 anos, o percentual de domicílios brasileiros chefiados por mulheres cresceu de 23% em 1995 para 40% em 2015. Nenhum desses milhões de domicílios quebrou por não ter marido, talvez até estejam em dificuldades econômicas, mas devido à política econômica do governo e não à “falta de marido”.

Ao emitir mais uma lastimável declaração de que “os governos precisam ter maridos”, na noite do dia 28 de abril, quando milhões de brasileiras e brasileiros foram às ruas em defesa da democracia, pelos direitos sociais e pelo direito à aposentadoria, Temer escancarou uma vez mais qual a natureza de seu governo ilegítimo. Um governo antidemocrático, antipopular e profundamente retrógrado e misógino, que pretende arremessar o Brasil novamente no século XIX.

Por isso, a propósito deste 1o de maio, a UBM conclama as mulheres brasileiras à resistência democrática e à continuidade da luta em defesa de nossos direitos, que estão sob ataque cerrado de Michel Temer e sua camarilha. Aumentamos nossos espaços na sociedade e no mercado de trabalho. Há cem anos, iniciamos a primeira greve geral da história do Brasil, no Cotonifício Crespi em São Paulo. Foram inúmeras as ocasiões em que provamos nosso valor na luta por um Brasil socialmente justo e soberano. Nossa contribuição ao Brasil não cabe no pensamento tacanho de um presidente golpista e misógino. A declaração do temerário golpista nos convoca a lutar ainda mais pela democracia, que só se faz com equidade de gênero e o empoderamento das mulheres de luta. Os governos não precisam de maridos, mas de cidadãs e cidadãos conscientes de sua responsabilidade social na política!

01 de Maio de 2017

União Brasileira de Mulheres
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8 de Março: Fora Temer! Tire as mãos da nossa aposentadoria!

domingo, março 05, 2017



Neste 8 de Março – Dia Internacional da Mulher, as mulheres ocuparão as ruas para lutar em defesa de seus direitos.

No mundo todo, a crise financeira internacional vem afetando diretamente os direitos das mulheres, e muitos direitos já conquistados estão sendo ameaçados: direito ao trabalho digno; à terem filhos se, quantos e quando quiserem; apoio dos Estados à maternidade com creches e; no Brasil querem acabar, inclusive, com o direito das mulheres à aposentadoria, tudo isso sempre sob o frágil argumento do “corte de gastos”. O que está por trás da falaciosa argumentação de que o Estado gasta demais, é o desejo de certa elite parasita de acabar com os investimentos públicos em políticas sociais para remeter mais e mais dinheiro para o sistema financeiro, não importando se à custa da vida de milhões de pessoas. Neste cenário de amplificação da pobreza e desemprego, somos nós, mulheres, as mais expostas e vulneráveis, especialmente as mulheres pobres e negras. Com o movimento feminista internacional, nos unimos às mulheres de todo o mundo que, neste 8 de Março, realizam a paralização internacional sob o mote “Se nossas vidas não importam, produzam sem nós!” Lutamos contra a crise e em defesa do trabalho das mulheres.

Na contramão de todos os países desenvolvidos, as mulheres e todo o povo brasileiro, sofremos com o golpe e a deposição de nossa primeira presidenta eleita, Dilma Roussef. Sob o comando ilegítimo de Michel Temer, e o Brasil despenca nos rankings internacionais. Dizem tentar construir saídas para a crise, mas, atendendo aos reclamos do capital financeiro, apostam em políticas que já fracassaram em todo o mundo. A receita amarga que preconiza o corte de investimentos e a privatização do patrimônio público mostrou-se um fiasco onde quer que tenha sido aplicada, e, ao contrário de construir saídas, ampliou a crise financeira e jogou a conta nas costas das trabalhadoras e dos trabalhadores. A dita “Reforma” da Previdência significa, na prática, o fim da aposentadoria para os trabalhadores brasileiros. Para nós mulheres, a injustiça será em dobro, pois, além dos absurdos 49 anos de trabalho para ter o direito à se aposentar, igualaram o tempo de contribuição necessário entre homens e mulheres, como se toda a carga de trabalho extra realizado em casa, quase que exclusivamente pelas mulheres, não valesse absolutamente nada! Por isso, não admitimos essa “Reforma” e exigimos a manutenção dos nossos direitos previdenciários.

A política suicida de Temer também está conduzindo o país ao caos e, cada vez mais, são os nossos direitos que estão sob risco. Sem investimento do Estado, a Lei Maria da Penha corre o risco de virar letra morta, deixando as brasileiras à mercê da violência doméstica, num dos países mais violentos com suas mulheres em todo o mundo: a cada 15 segundos, uma brasileira é espancada. Direitos consolidados como o direito ao aborto em casos de estupro e risco de vida para a mãe, também estão sendo ameaçados. O risco de retroceder décadas é real, o que nos dá ainda mais gana para lutar!

Nós, mulheres brasileiras, sempre demos provas de nossa combatividade! Deixamos claro, mais uma vez, que não aceitaremos o autoritarismo e o machismo e que não aceitaremos nenhum direito a menos! Para tanto, é necessário que o Brasil se una em torno de um projeto de país, encampado por forças políticas democráticas e com legitimidade para exercer o poder. Ou seja, a luta contra o machismo e a garantia de mais direitos para as mulheres brasileiras passa pela luta decidida contra o governo golpista.

Nenhum direito a Menos. Fora Temer! Diretas Já!

União Brasileira de Mulheres - Seção Paraná

Março de 2017
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Nota de solidariedade à professora Mary Garcia Castro

quarta-feira, fevereiro 22, 2017
A União Brasileira de Mulheres imputa toda a sua solidariedade à pesquisadora feminista Mary Garcia Castro. Num ato de evidente retaliação política e ideológica, a reitoria da Universidade Católica de Salvador (UCSal) demitiu sumariamente uma de suas mais produtivas professoras-orientadoras da pós-graduação, sob a pouco convincente alegação de “corte de gastos”.
Mary é uma acadêmica de 75 anos com décadas de contribuição às Ciências Sociais, à democracia e à luta feminista de esquerda no Brasil. Filiada à UBM e colaboradora assídua da Revista Presença da Mulher, é uma das defensoras da corrente feminista emancipacionista — que articula classe, gênero e raça em uma perspectiva revolucionária de superação da sociedade capitalista — e uma das mais respeitadas cientistas sociais brasileiras. Coordenou estudos pioneiros sobre juventude e sexualidade de grande impacto teórico-científico e político para a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), que balizaram Políticas Públicas para a Juventude em todo o Brasil.
Mary é uma das maiores intelectuais do país e, fossem critérios mais objetivos, jamais seria dispensada de qualquer universidade. Entretanto, a onda obscurantista que vem varrendo o Brasil atingiu um dos maiores nomes do feminismo brasileiro. O clima de ódio e intolerância, antiesquerda, antifeminista e protofascista, catalisado pelo golpe de Estado que conduziu Michel Temer à Presidência da República em 2016, vem fomentando em escala cada vez maior o autoritarismo e a censura ideológica, ganhando espaço também nas universidades — onde deveriam vicejar o debate de ideias e o direito ao livre pensar. Como durante a Ditadura Militar (1964-1985), membros da comunidade acadêmica progressistas e contestadores estão sendo paulatinamente perseguidos e afastados das universidades.
Mary Castro representa um grande perigo: é crítica, combativa, feminista e socialista, e, exatamente por este motivo é alvo prioritário de ataque dos setores reacionários da universidade e da hierarquia católica. Não admitiremos mais nenhuma “Caça às Bruxas”! Exigimos a imediata recontratação da Professora Mary Castro, professora valorosa, e o fim das perseguições de cunho teórico-ideológico nas universidades.
Nossa irrestrita solidariedade à brava Profª Mary Castro neste momento de perseguição e injustiça!
22 de fevereiro de 2017
União Brasileira de Mulheres

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UBM de luto pelo falecimento de D. Marisa Letícia

sexta-feira, fevereiro 03, 2017

Foi com imenso pesar e indignação que a União Brasileira de Mulheres recebeu a notícia do falecimento de uma grande brasileira: Dona Marisa Letícia Lula da Silva.

O pesar nos toma quando lembramos a mulher de fibra, a trabalhadora e militante incansável que o Brasil perde, quando pensamos em seus quatro filhos, netos e o marido, que estarão privados de sua presença forte e amorosa. A indignação advém do fato de que, certamente, a campanha midiática difamatória e as perseguições judiciais — sem uma única prova sequer — a que vêm sendo submetidos seu marido, filhos e ela própria, foram decisivos para a deterioração de sua saúde, conduzindo-a ao falecimento com apenas 66 anos de idade. Por trás do AVC hemorrágico que a vitimou, estão as pressões da injustiça brutal e as arbitrariedades a que vinha sendo submetida, ela e sua família, o desgosto de ver seus filhos e marido indiciados criminalmente sem direito a defesa, o horror do fascismo despudorado.

Marisa Letícia pagou o preço mais alto pela onda fascista odiosa que se alastra pelo país: perdeu a vida, deixando filhos, netos e seu grande amor, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Foram companheiros de toda vida, dos difíceis anos 1970 até o Palácio da Alvorada, o maior presidente da história do Brasil sempre encontrou uma fortaleza com quem dividiu angústias e alegrias. Dona Marisa Letícia sempre foi mais que a esposa de Lula. Encarnava a fibra e a disposição de luta da mulher brasileira. Começou a trabalhar ainda criança, foi babá, operária, ficou viúva do primeiro marido, reconstruiu sua vida, casou-se de novo, criou quatro filhos.

Aguentou com a força de poucos a prisão arbitrária de Lula, liderou a passeata das mulheres nas greves do ABC no final dos anos 1970. Foi ela quem estampou a primeira bandeira do Partido dos Trabalhadores, ao qual também era filiada. Apoiava de todas as formas o marido, que, de líder sindical chegou a primeiro presidente da República de origem operária — e o que mais fez pelos direitos do povo e das mulheres. Sem dúvidas, sem a presença de Marisa Letícia, tal trajetória não seria possível. Durante 43 anos, ela foi o esteio do presidente Lula. Dos cuidados mais prosaicos como a limpeza da casa, das roupas e o cozinhar — tarefas tão importantes quanto invisíveis — às observações que dirigia ao marido, Dona Marisa era uma mulher discreta e reservada, mas de opinião forte e crítica, além de notável senso prático. Foi ela quem estampou mais de 20 mil camisetas da campanha de Lula para deputado federal em 1986.

Dona Marisa Letícia foi uma mulher como muitas, mas também foi uma mulher como poucas. Trabalhadora e determinada, altiva e discreta, era um exemplo de garra e perseverança diante das dificuldades. Infelizmente, os vilipêndios diários de si, seu marido e filhos foram demais para sua saúde. Neste momento de dolorosa despedida, a UBM se solidariza com o presidente Lula e toda a família. Despedimo-nos desta grande brasileira enviando nossos mais solidários pensamentos e nossa firme disposição para lutar contra a perseguição fascista ignominiosa ao grande companheiro e presidente Lula e sua família. Contem com a força da UBM.

São Paulo, 2 de fevereiro de 2017.

União Brasileira de Mulheres

Texto redigido pela UBM-Nacional
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