dezembro 2016 - UBM - Seção Paraná

UBM - Seção Paraná | Por um Mundo de Igualdade Contra Toda Opressão!

Em mensagem de fim de ano, UBM-PR denuncia o golpe contra a democracia e reafirma luta contra estado de exceção

sexta-feira, dezembro 30, 2016



Nós, da União Brasileira de Mulheres - Seção Paraná (UBM-PR), desejamos um 2017 com a renovação das esperanças que nos mantem firmes na luta pela construção de um mundo melhor para todos e todas. Convivemos desde 2015 com o fantasma conspirativo do golpe e jamais esqueceremos 2016, ano em que foram perpetrados diversos golpes no nosso país.

Houve golpe na nossa jovem democracia; a maioria dos parlamentares do Congresso Nacional rasgou a Constituição Federal, destituindo uma presidenta legitimamente eleita. Foi um golpe parlamentar dado por um Congresso machista e misógino, sustentado por argumentos que pouco depois do ato consumado deixaram de ser considerados crimes. A forma covarde e rasteira pela qual foi tomado o poder de Dilma Rousseff deixa impresso na nossa história mais de meio século de retrocessos, em especial com a precarização do trabalho, que atingirá duramente as mulheres. 

A crise econômica e política desencadeadas pelo governo ilegítimo e golpista de Michel Temer e pela rede globo atingem brutalmente as mulheres, sobretudo pelo cancelamento de políticas sociais compensatórias para famílias em vulnerabilidade social, conquistadas com grandes lutas nas últimas décadas. Teve golpe contra a saúde, a educação, a previdência social e as políticas sociais por meio do congelamento de gastos públicos por vinte anos, o qual foi concretizado após a tramitação e aprovação da PEC 55 pela Câmara e Senado Federal. Um golpe que atingirá todos os brasileiros e brasileiras.  

O grande agravante é que tudo isso serve apenas como pano de fundo encoberto por essas cortinas de fumaça para a entrega de nossos recursos naturais à sanha do capital estrangeiro. Esses mesmos recursos que deveriam alavancar a conquista de uma sociedade justa e igualitária, reparando séculos de exploração de trabalhadoras e trabalhadores brasileiros.

Também é sempre bom ressaltarmos que o golpe foi contra os direitos humanos,  com as exclusões de ministérios e secretarias conquistados por meio da luta dos movimentos sociais e que promoviam avanços na nossa sociedade. A Secretaria de Política para as Mulheres (SPM) foi desativada em um momento em que a violência contra mulheres e meninas só faz aumentar nesse ambiente de ódio e intolerância que se multiplica exponencialmente na sociedade brasileira. Nesse sentido, é fundamental garantir uma política nacional  de concretização de direitos humanos para todos os indivíduos e, em especial, para aqueles que fazem parte das "minorias maiorizadas", pois não podemos esquecer que os grupos como LBGT's e de negras e negros são atingidos de forma mais cruel.

Este grupos, assim como as mulheres não estão representados nas instâncias de poder. Observamos isso no resultado das eleições municipais de 2016, que apontou uma representatividade feminina pífia, mostrando uma reclusão de 25% de mulheres eleitas prefeitas, que passaram de 39 no pleito de 2012 para 29 em 2016. O Estado do Paraná, por exemplo, figura como o quarto estado em sub-representação feminina na política. Apenas 7,2% de mulheres foram eleitas prefeitas e grandes cidades como Cascavel e Maringá não elegeram nenhuma vereadora. Além disso, nós, mulheres paranaenses, também não estamos representadas pelo governador do estado, o qual ataca covardemente trabalhadoras e trabalhadores, solapando direitos, deixando de cumprir acordos e reprimindo os movimentos sociais com covarde violência.

O panorama é tenebroso mas, por outro lado, vimos uma juventude se levantar e gritar por justiça e por direitos. Diante de uma medida provisória descabida, insuficiente e que não promove melhorias no ensino público e gratuito, estudantes secundaristas ficaram em luta permanente, ocupando escolas em todo o país.  

Por fim, podemos dizer que o ano de 2016 foi de muita luta para as filiadas, militantes e ativistas da UBM-PR. Participamos ativamente de todas as mobilizações contra o golpe em Brasília, no nosso estado e em Curitiba e demais cidades do Paraná e continuamos mobilizadas em atos políticos no pós-golpe. Não daremos trégua a esse governo provisório. Por isso, realizamos o nosso encontro estadual em novembro de 2016, apontando as nossas ações futuras. Também assumimos durante o evento o compromisso de reestruturar nossas bases - núcleos regionais no Estado - até maio de 2017, quando teremos um novo encontro estadual. 

Junto a todos os movimentos feministas do Paraná assumimos o compromisso de ampla luta pelo resgate dos direitos espoliados da nossa sociedade, bem como de continuar na luta pelos direitos das mulheres, num Estado que detém índices vergonhosos de feminicídios, de pedofilia e de tantas outras violências naturalizadas nesta sociedade patriarcal e machista.                        

Reafirmamos nossa luta contra um Estado de exceção que todos os dias restringe direitos conquistados, reacendendo para 2017 a chama pela luta de um mundo de igualdade, contra toda opressão!

À luta!

Maria Isabel Correa, coordenadora estadual da UBM-PR.                    

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Movimentos Sociais fazem vigília nesta segunda(19) em protesto ao assassinato de Débora Soriano

domingo, dezembro 18, 2016

O ato acontece às 18h, na Praça Santos Andrade, em Curitiba 




Nenhuma Débora a menos! Essa é a chamada para a vigília organizada pela União da Juventude Socialista(UJS), União Brasileira de Mulheres - Seção Paraná, (UBM-PR), movimentos sociais e feministas que acontece nesta segunda-feira(19), às 18h, na Praça Santos Andrade, em Curitiba, em protesto ao assassinato de Débora Soriano(23 anos), militante da UJS e da UBM-SP, a qual entra para os lamentáveis e desumanos dados estatísticos relacionados às vítimas do machismo.


Feministas do Paraná: solidariedade e organização do ato  - Reunidas na sede do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba(Sismuc) na última sexta-feira(16) , com o objetivo de planejar as ações e estratégias de luta para 2017, mulheres ligadas a diferentes movimentos sociais e feministas se solidarizaram  com a família da jovem assassinada. Na oportunidade, assim como demais representantes de diversas organizações e movimentos sociais de todo o Brasil, assinaram a Carta redigida pela UJS e UBM, cujo conteúdo -  adaptado com o ato de Curitiba -  é publicizado abaixo. 

Do luto a luta! 
Nenhuma Débora a menos!

Foi com imenso pesar e indignação que recebemos a notícia da morte da jovem Débora Soriano. O machismo ceifou a vida de mais uma de nós, diante de um poder público que pouco ou nada faz para combater a violência patriarcal. Débora era uma jovem mulher de 23 anos, com a vida toda pela frente, cheia de sonhos e expectativas, mas que foi brutalmente violentada e assassinada. 

Débora acreditava em uma sociedade melhor e mais justa, irradiava alegria de viver e esperança em um mundo novo, para ela e seus dois filhos pequenos.

Nos solidarizamos com a família neste momento de dor e despedida e exigimos dos órgãos responsáveis que este crime bárbaro seja esclarecido e o autor, rigorosamente punido. Não admitimos que os crimes contra as mulheres continuem sendo secundarizados e esquecidos pelas autoridades. Nós não esqueceremos!

A morte trágica de Débora reforça a necessidade de políticas públicas para as mulheres, para que não precisemos mais nos despedir de nenhuma de nós desta maneira.

Por isso, convocamos a todas as mulheres a se somarem a nós nesta segunda-feira, dia 19 de dezembro, às 18h na Praça Santos Andrade, para uma vigília;  tragam velas, flores, bandeiras e amor para compartilhar entre nós. É por Débora e por todas as mulheres que morrem vítimas do machismo e do feminicídio.

Assinam a Carta 

UBM - União Brasileira de Mulheres
UJS - União da Juventude Socialista

ACMUN
AGO LONA
Amesol - Associação de Mulheres da economia Solidária e Feminista
AMOAB - PR
ANPG - Associação Nacional de Pós Graduandos 
Anzol - Associação de Mulheres da Zona Leste 
APP - PR
APSMNSP
Articulação de Ongs de Mulheres Negras Brasileiras 
Asociação de Mulheres Mãe Venina do Quilombo de Curiaú - Macapá
AYABAS- PI
Bamidelê - OMN/PB
CEERT
Coalas Feministas
Coletiva FemiSistahs
Coletiva Luana Barbosa 
Coletivo Estadual de Jovens Feministas da UJS/SP 
Coletivo Estadual de Negros e Negras da UJS/SP - Leci Brandão
Coletivo LGBT Manas - PUC/ Campinas 
Coletivo Oya - Mulheres Negras de SP
Comissão de Formatura do Curso de Enfermagem Unifesp - Turma 77
CONEN - Coordenação Nacional de Entidades Negras
Corija
Criola 
CTB - Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
Cursinho Afro Zona Oeste 
CUT - Central Única dos Trabalhadores
Deputada Jandira Feghali
Deputada Leci Brandão - PCdoB
Deputada Manul D´avila - PCdoB 
Deputado Orlando Silva - PCdoB
Deputado Vicente Cândido - PT
Enegrecer
FACESP
Frente Estadual LGBT do PCdoB
GAAP - Grupo de Articulação Políticas Pretas
Geledés - Instituto da Mulher Negra 
Grupo Cidadania Gay
Grupo de Teatro Levante Mulher 
Grupo Diversidade Niterói 
Grupo Transdiversidade Niterói 
Ilu Obá de Min
IMENA
Instituto AMMA Psique e Negritude
Instituto Patricia Galvão 
Inune MT
IROHIN
JUNTAS 
JUNTOS
Kilombo
Kizomba 
Kizomba - PR
MAIS
Malunga 
MDM - Movimento de Moradia de São Paulo
MMM - Marcha Mundial de Mulheres 
MMM- PR
MMM- RS
Movimento de Mulheres Olga Benário
Movimento de Mulheres UNAS Heliópolis e Região
Mulheres APNS
Mutirão 
NEPEM UFMG
Nucleo de Consciência Negra Teresa de Benguela - PUC/ Campinas 
Odara 
ParaTodas
Pretas Candangas
Projeto Geraações 
Projeto Gerações 
Reafro
Rede de Mulheres Negras - PR
Redessan
REF- Rede Economia e Feminismo
RUA - Juventude Anticapitalista 
Samba Negras em Marcha
Sececretaria de Mulheres do PT - RS
Secretaria Nacional de Mulheres do PCdoB
Senadora Gleise Hoffmam
Setorial de Mulheres Estadual do Psol-SP
Setorial de Mulheres Insurgência - Psol
Setorial LGBT - Psol
SISMUC - PR
SOF - SempreViva Organização Feminista 
UBM - PR
UJR 
UNA LGBT
UNE - União Nacional dos Estudantes 
Uneafro Brasil
UNEGRO - União de Negros pela Igualdade MAIS - Movimento por uma Alternativa Independente Socialista
UPE - União Paranaense dos Estudantes
Vereador Jamil Murad - PCdoB
Vereadora Juliana Cardoso - PT

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Encerramento do 6º Encontro Estadual da UBM-PR empossa novas coordenadoras

domingo, dezembro 04, 2016
A pedagoga  e  suplente da presidência do Conselho Estadual da Mulher do Paraná,  Maria Isabel Corrêa,  é a nova coordenadora estadual da UBM-PR




O encerramento do 6º Encontro Estadual da União Brasileira de Mulheres - Seção Paraná (UBM-PR) ocorrido no último sábado (26), elegeu as novas coordenadoras da entidade, que ficarão no cargo até maio de 2017, quando  será realizado um novo encontro para definir a gestão 2017-2020. A atividade, que reuniu  militantes e filiadas da UBM-PR  e convidadas de outras entidades feministas,  também debateu a conjuntura política e social brasileira , o plano de lutas  e  aprovou a Carta de Curitiba, documento que visa organizar as ubmistas de todos os  núcleos municipais da entidade.

O evento, realizado no  Sindicato dos Engenheiros do Paraná(Senge-PR),  em Curitiba, foi aberto com apresentação musical. Maria Isabel Corrêa, em homenagem à memória do comandante cubano Fidel Castro, falecido também no último sábado, cantou a Cancion con Todos. Na sequência, a  vice- presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Elza Maria Campos,  deu as boas vindas às participantes e conduziu a leitura do regimento interno do 6º Encontro Estadual da UBM-PR.  

Mais mulheres na política -   A professora doutora e coordenadora nacional da UBM, Lucia Rincon, proferiu palestra  analisando a conjuntura política e social brasileira, bem como destacou os principais desafios para os movimentos feministas e sociais no atual cenário. Lucia também ressaltou a subrepresentatividade da mulher brasileira no Congresso Nacional. A campanha  "Mulher na Política", proposta pela Procuradora Especial da Mulher no Senado Federal, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), lançada em março deste ano e  destinada  a incentivar a participação feminina na política foi mencionada pela professora, que criticou a ausência de mulheres parlamentares. “A representação no Senado é menos de 15%. Então, a nossa luta, além de ser a mais longa das lutas porque é  por um convencimento político e ideológico, também passa por conquistas que permitam as mulheres o engajamento na luta concreta”, frisou.

No período da tarde as participantes acompanharam o debate “Movimentos Feministas e as suas diversidades”  que contou com a participação de Heliana Hemetério, secretária de Direitos Humanos da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) e integrante da Rede de Mulheres Negras do Paraná e Débora Castro, representante da UBM-PR e União da Juventude Socialista do Paraná ( UJS). A  discussão do Plano de Lutas, com indicações de pautas que serão debatidas pela entidade na reunião do planejamento de 2017,o qual deve ocorrer no início de janeiro, aconteceu no final  do evento. Na sequência, a plenária também aprovou a Carta do Paraná, documento com o posicionamento político da UBM-PR sobre a conjuntura estadual.  

Novas Coordenadoras da UBM-PR  – A atividade também  definiu as novas coordenadoras da UBM-PR, que ficam no cargo até maio de 2017, quando será realizado um novo encontro para eleger a coordenadoria para a gestão 2017-2020 e debater, reformular e aprovar as mudanças no estatuto da entidade  para adequá- lo às necessidades atuais. A coordenadora geral eleita para presidir a UBM-PR é a pedagoga Maria Isabel Corrêa, do município de Palmeira(PR),  em substituição à Sueli Coutinho, que foi eleita em 2014, mas renunciou ao cargo no início deste ano por motivos pessoais. Maria Isabel  representa a UBM-PR na suplência  da presidência do  Conselho Estadual dos Direitos da Mulher - CEDM  e no Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Paraná( Consea-PR), na regional de Ponta Grossa.  Veja abaixo a relação das demais coordenadoras eleitas e empossadas.

Coordenadoria Estadual 
Maria Isabel Corrêa   - Coordenadoria Geral
Miriam Zampiri dos Santos   - Coordenadoria de Finanças
Suplente: Rosângela de Lima
Debora Castro - Coordenadoria de Organização 
Suplente: Zineide Carvalho
Elza Maria Campos - Coordenadoria de Formação 
Suplente: Monica Andressa Silveira
Andréa Rosendo - Coordenadoria de Comunicação
Suplente: Mylena Martins

Conselho Fiscal
Franciele Pacheco
Maria Lima 
Celia Regina Pionckieviez

Suplentes do Conselho Fiscal
Graciela Scandurra
Matsuko Mori Barbosa


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