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Representantes da UBM-PR tomam posse no Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Paraná

sexta-feira, setembro 29, 2017

A UBM-Paraná assumiu nesta quinta-feira(28) uma vaga no Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Paraná (CEDM-PR) em solenidade que elegeu a nova Mesa Diretora do órgão e também empossadas as novas Conselheiras da entidade para a gestão 2017/2019. A luta das mulheres e das feministas emancipacionistas será representada pela coordenadora estadual da UBM-PR Maria Isabel Corrêa e a suplente da coordenação de comunicação Deborah Castro.

Maria Isabel Corrêa, que será a titular da pasta, ressaltou que um dos grandes desafios para a gestão do CEDM-PR para  o biênio deverá ser a aproximação do conselho com a sociedade civil organizada para garantir a transparência das ações e o dialogo mais que necessário. "No processo de eleições, as inscrições tiveram que ser reabertas porque não se conseguiu preencher as oito vagas para entidades e movimentos sociais. Como resultado, acabaram inscrevendo-se entidades que não representam as mulheres, mas que fazem defesa das famílias", explica.

Para a coordenadora da UBM-PR, a situação ocorrida no Conselho não reflete o que está acontecendo na sociedade. Maria Isabel afirma ser inadmissível pensar que o CEDM-PR, instância tão almejada em várias conferências de mulheres, tenha se 'rendido' ao imobilismo das armadilhas burocráticas e se furte a representar, enquanto coletivo, a riqueza e a diversidade de uma sociedade em busca da inclusão de todos os segmentos que reivindica uma sociedade mais justa e igualitária.

"Tivemos no ano de 2017 o maior "8 de março" de todos os tempos, com o surgimento de diversos coletivos feministas, movimentos estudantis universitários e secundaristas, com grande vigor nas lutas e discussões profícuas. Os movimentos LGBTI, feministas, contra intolerância de raça e credo e na defesa da democracia, entre outros, têm-se fortalecido nestes tempos de intolerância e retrocesso de direitos sociais e mostrando a pluralidade das mulheres. Que impasses foram criados para que essas mulheres não tenham assento no conselho?", questiona.

Conselheira mais jovem do Paraná é da UBM-PR

Maria Isabel ressaltou, ainda, a importância de outra ubmista no processo de diplomação do CEDM-PR: Elza Campos, que é ex-coordenadora nacional da UBM e atual vice-presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Curitiba (CMDM), foi vice-presidenta do conselho
na gestão 2013/2015. "Além da ilustre presença da ubemista combativa Elza Campos é importante frisar que a UBM-PR participou da articulação para à vice-presidência do CEDM-PR ao indicar o nome da companheira Carmen Ribeiro, da Rede Feminista de Saúde no Paraná (RFS-PR). Entendemos que Carmem é uma ativista reconhecida na luta pelos direitos das mulheres, especialmente nas questões de saúde e na pauta pela descriminalização do aborto", destaca.

A UBM-PR também se considera afortunada por ter a conselheira suplente, Deborah Castro, como a mais jovem liderança dentro do CEDM-PR. "É uma honra para todas nós, pois significa que estamos incluindo as mais jovens renovando os nossos quadros em espaços de controle social. Nossas saudações emancipacionistas ao novo CEDM-PR e nossos votos de que o trabalho desenvolvido venha de encontro aos anseios de uma sociedade mais justa e igualitária", finaliza.


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Gilse Cosenza viverá para sempre em nossos corações

segunda-feira, maio 29, 2017


A vida é feita de partidas e chegadas. Nesta noite de 28 de maio de 2017, encerra-se um dos mais belos capítulos da história das mulheres na luta pela democracia no Brasil: nossa grande guerreira Gilse Cosenza faleceu após uma dura luta contra o câncer.

Dia 1º de Abril de 1964 – dia do Golpe Militar no País, a caloura Gilse, que havia sido aprovada em 1º lugar para Serviço Social na PUC Minas, ingressa na luta contra a repressão. Como líder estudantil, foi presa e torturada. Permaneceu por longo período na clandestinidade, mudou de nome inúmeras vezes e lutou de forma aguerrida pelos direitos da mulher.

Integrante de uma lista de 17 estudantes onde era a única mulher do grupo, foi considerada perigosa pelos militares pelo fato de ser progressista e inteligente. Depois de formada, foi obrigada a fugir e viver na clandestinidade. Mesmo grávida, continuou ativa na militância e, em uma das reuniões, sua bolsa rompeu e foi levada ao Hospital das Clínicas onde descobriu que estava grávida de gêmeas. @s companheir@s que a acompanhavam conseguiram um médico progressista para fazer o parto, pois ali ela poderia ser descoberta e presa pelo regime militar.

Depois de quinze dias, uma das gêmeas morreu e Gilse ficou apenas com uma das meninas – sua filha, Juliana. Quando a pequena completou quatro meses de idade, Gilse foi presa pela ditadura e submetida barbaramente a torturas físicas e psicológicas. Os militares a ameaçavam dizendo que iriam pegar sua filha Juliana e torturá-la caso não colaborasse com os inquéritos. Jamais colaborou. Após todo o sofrimento, conseguiu ser libertada, foi para São Paulo reencontrar o marido e a filha, mas obrigada a continuar na clandestinidade.

Foi, então, convidada a recompor o PCdoB no Ceará, onde permaneceu anos na presidência do partido no estado. Com a mesma dedicação e disposição de luta, se empenhava na luta feminista. Tivemos a honra de sermos lideradas por ela na presidência da UBM no período de 1991 a 1997.

Gilse suportou cicatrizes, medos e incertezas com coragem e sem se curvar diante da luta. Diante de sucessivos desafios, manteve-se sempre de peito aberto no decorrer da sua existência que, hoje, infelizmente, chegou ao fim. Gilse Cosenza viverá para sempre em nossos corações, iluminando os nossos passos em defesa das mulheres, do Brasil e democracia!

28 de maio de 2017


União Brasileira de Mulheres                                             
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8 de Março: Fora Temer! Tire as mãos da nossa aposentadoria!

domingo, março 05, 2017



Neste 8 de Março – Dia Internacional da Mulher, as mulheres ocuparão as ruas para lutar em defesa de seus direitos.

No mundo todo, a crise financeira internacional vem afetando diretamente os direitos das mulheres, e muitos direitos já conquistados estão sendo ameaçados: direito ao trabalho digno; à terem filhos se, quantos e quando quiserem; apoio dos Estados à maternidade com creches e; no Brasil querem acabar, inclusive, com o direito das mulheres à aposentadoria, tudo isso sempre sob o frágil argumento do “corte de gastos”. O que está por trás da falaciosa argumentação de que o Estado gasta demais, é o desejo de certa elite parasita de acabar com os investimentos públicos em políticas sociais para remeter mais e mais dinheiro para o sistema financeiro, não importando se à custa da vida de milhões de pessoas. Neste cenário de amplificação da pobreza e desemprego, somos nós, mulheres, as mais expostas e vulneráveis, especialmente as mulheres pobres e negras. Com o movimento feminista internacional, nos unimos às mulheres de todo o mundo que, neste 8 de Março, realizam a paralização internacional sob o mote “Se nossas vidas não importam, produzam sem nós!” Lutamos contra a crise e em defesa do trabalho das mulheres.

Na contramão de todos os países desenvolvidos, as mulheres e todo o povo brasileiro, sofremos com o golpe e a deposição de nossa primeira presidenta eleita, Dilma Roussef. Sob o comando ilegítimo de Michel Temer, e o Brasil despenca nos rankings internacionais. Dizem tentar construir saídas para a crise, mas, atendendo aos reclamos do capital financeiro, apostam em políticas que já fracassaram em todo o mundo. A receita amarga que preconiza o corte de investimentos e a privatização do patrimônio público mostrou-se um fiasco onde quer que tenha sido aplicada, e, ao contrário de construir saídas, ampliou a crise financeira e jogou a conta nas costas das trabalhadoras e dos trabalhadores. A dita “Reforma” da Previdência significa, na prática, o fim da aposentadoria para os trabalhadores brasileiros. Para nós mulheres, a injustiça será em dobro, pois, além dos absurdos 49 anos de trabalho para ter o direito à se aposentar, igualaram o tempo de contribuição necessário entre homens e mulheres, como se toda a carga de trabalho extra realizado em casa, quase que exclusivamente pelas mulheres, não valesse absolutamente nada! Por isso, não admitimos essa “Reforma” e exigimos a manutenção dos nossos direitos previdenciários.

A política suicida de Temer também está conduzindo o país ao caos e, cada vez mais, são os nossos direitos que estão sob risco. Sem investimento do Estado, a Lei Maria da Penha corre o risco de virar letra morta, deixando as brasileiras à mercê da violência doméstica, num dos países mais violentos com suas mulheres em todo o mundo: a cada 15 segundos, uma brasileira é espancada. Direitos consolidados como o direito ao aborto em casos de estupro e risco de vida para a mãe, também estão sendo ameaçados. O risco de retroceder décadas é real, o que nos dá ainda mais gana para lutar!

Nós, mulheres brasileiras, sempre demos provas de nossa combatividade! Deixamos claro, mais uma vez, que não aceitaremos o autoritarismo e o machismo e que não aceitaremos nenhum direito a menos! Para tanto, é necessário que o Brasil se una em torno de um projeto de país, encampado por forças políticas democráticas e com legitimidade para exercer o poder. Ou seja, a luta contra o machismo e a garantia de mais direitos para as mulheres brasileiras passa pela luta decidida contra o governo golpista.

Nenhum direito a Menos. Fora Temer! Diretas Já!

União Brasileira de Mulheres - Seção Paraná

Março de 2017
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UBM-Paraná participa da Plenária da Frente Brasil Popular-PR e defende unicidade dos movimentos na luta

terça-feira, fevereiro 21, 2017




 Atividade debateu estratégias para abrir diálogo com a sociedade  sobre a reforma da previdência

Coordenadoras e ativistas da UBM-Paraná participaram no último sábado(18) da I Plenária Estadual da Frente Brasil Popular - Paraná(FBP-PR). A atividade aconteceu na sede  do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná(Sintracon), em Curitiba, e reuniu diversas entidades ligadas aos movimentos sociais do Paraná. Os participantes organizaram  as pautas para 2017, as metas para a organização nacional da FBP nos estados e municípios, e as formas de atuação em relação à previdência e outros direitos que estão em risco sob o governo Temer.

Para a coordenadora estadual da UBM-Paraná, Maria Isabel Correa,  a participação nas atividades FBP é muito importante nesse momento, pois os projetos para a sociedade estão em disputa. “A nossa entidade faz parte da base da Frente e temos de nos unir com outros movimentos para disputar e defender o nosso projeto de sociedade, que é aquele voltado para a manutenção de direitos, defesa dos trabalhadores e trabalhadoras, políticas públicas que contribuam para a redução das desigualdades raciais, sociais e de gênero”, defendeu Isabel.  

Segundo a ativista Sara Cavalcanti, o encontro debateu a  conjuntura geral, as diferentes frentes de luta que estão ocorrendo e a organicidade da FBP nos estados e municípios. A representante da comissão nacional da FBP, Janeslei Albuquerque, iniciou a reunião com uma breve análise dos retrocessos políticos, econômicos e sociais. Segundo ela, nos anos de 1990 havia uma conjuntura de unidade na esquerda e  nos movimentos sociais que foi se perdendo nos últimos anos. “Janeslei argumentou que após a eleição de Lula, em 2002, houve um esfacelamento dessa unidade e disse que é uma desafio para a FBP retomar a junção da esquerda, pois houve uma mudança no comportamento das pessoas”. 

A representante da FBP defende a necessidade de maiores reflexões,para uma melhor compreensão de mudanças nas subjetividades,  pois estas dificultam a agenda de mobilização dos movimentos.  E lembrou que o neoliberalismo age não apenas no foco econômico, mas no aspecto mais sutil do ser humano, forjando um jeito de ser, no qual os comportamentos hostis e preconceituosos são naturalizados. 

Para Janeslei, as lutas travadas pelos movimentos sociais não atingem objetivo na atualidade, pois já não encontram mais eco entre o povo. Segundo Janeslei,  um dos caminhos  da retomada da unicidade se dará por meio da campanha da Central Única dos Trabalhadores(CUT). “O eixo central é o tema da previdência, cujo mote será trabalhar de modo a atingir a sensibilidade das pessoas. Janeslei ressaltou que hoje 15% da população idosa estão abaixo da linha pobreza. A juventude, não vai se aposentar isso precisa ser bem trabalhado para que haja mobilização”, resume a ativista. 

Geopolítica de interesses - Outro dado exposto  na reunião formativa da FBP foi em relação à geopolítica.  Janeslei informou que 65% do PIB da América Latina é controlado pelos EUA e que o número das transnacionais norte americanas que atuam no continente subiu de 40 para 60%  depois da crise. Janeslei também explicou que os conflitos relacionados à guerra religiosa são devido aos interesses por petróleo e água. “O que a representante da FBP nos aponta é que a principal ameaça nesse contexto está relacionada aos eixos da soberania alimentar, soberania energética e a soberania da comunicação. Ela registrou que o conhecimento atual é pouco valorizado e o supérfluo, evidenciado”, relatou Sara. 

Reforma da previdência e a questão de gênero -  Sara também resumiu a abordagem da advogada Popular da Marcha Mundial das Mulheres(MMM), Naiara Bittencourt, em relação à pauta da reforma da previdência, que  está em disputa, atinge diretamente os trabalhadores e acaba tendo um impacto bem maior na vida das mulheres. Naiara afirmou que a equiparação das idades entre homens e mulheres -  tanto da cidade como do campo -  para 65 anos é um equívoco, pois, caso a idade mínima para aposentadoria de ambos fosse reduzida para 60 anos não haveria problemas. "A advogada mostrou qu a contribuição - que passa para 25 anos somado com os 65 anos - também é outro aspecto negativo para as mulheres, pois a rotatividade nos empregos é bem maior entre as mulheres, uma vez que  são as que mais sofrem de assédio moral e sexual no mercado de trabalho", exemplificou Sara. 

A desvinculação do salário mínimo na pensão por morte também afeta as mulheres. Com a reforma a pensão passará a ser de apenas 50% do previsto somado a 10% se houver dependente.“No campo do gênero, Naiara apontou que com o trabalho doméstico e inseridas no mercado, as mulheres já trabalham 5 horas a mais que os homens e ocupam trabalhos mais informais e mais precários, além do desemprego (11%mulheres 7% homens). Uma das justificativas da reforma na previdência é justamente a questão da equiparação salarial no mercado trabalho. No entanto, estudos da Organização Internacional do Trabalho(OIT) afirmam que tal equiparação, demorará em média 75 anos para se concretizar”, destacou.

Sara também lembrou que em complemento  à fala da Naiara, Janeslei apresentou o dado de que 35% dos lares brasileiros são exclusivamente liderados por mulheres. Além disso, 14% dos lares no qual a mulher tem um parceiro, são elas as provedoras, portanto, 49% dos lares são chefiados por mulheres.
Unicidade na luta - A coordenadora de formação da UBM-Paraná, Elza Campos, recorreu a Marx, que dizia que a sociedade caminha entre o socialismo ou a barbárie, para enfatizar que os trabalhadores e trabalhadoras sempre lutaram  pela democracia, mas que hoje estão vivenciando a barbárie. “Precisamos retomar a luta em defesa da liberdade, de forma conjunta e unitária. Necessitamos nessa reunião, além das pautas já colocadas, construir uma unidade concreta.  O desmonte da seguridade, do trabalho, é uma forma de violência, que precisa ser combatida arduamente”, enfatizou Elza. 

8 de março em Curitiba -  A reforma da previdência é um dos principais temas de pauta do Dia Internacional das Mulheres, pauta que também foi debatida na reunião da FBP. Com o mote “Nenhuma Mulher a menos | Nenhum Direito a Menos”,  os movimentos feministas estão organizando o ato público que será realizado no dia 8. Os  grupos definiram que haverá concentração a partir das 17h na Praça Santos Andrade, onde acontecerá a discussão pública sobre violência e política de Gênero.  De lá as mulheres seguem em marcha, às 18h, pelas ruas da cidade, com paradas específicas em alguns pontos,  onde realizarão 7 atos temáticos: Reforma da Previdência e Trabalhista; Políticas Públicas para as Mulheres;  Mulheres Negras; Estado Laico e Direitos Sexuais e Reprodutivos; Mulheres LBTIs;  Educação e Violência contra as mulheres. O encerramento, na Boca Maldita, será com o show de uma banda composta por mulheres. 

Por fim, foram definidas as metas para a organização nacional da FBP nos estados e municípios, juntos aos seus movimentos de base, e elencadas as pautas para os movimentos ligados aos trabalhadores do campo, juventude e mulheres.   Também foi definido o mote “Se você não lutar, sua aposentadoria vai acabar” para abrir o diálogo  sobre a reforma da previdência com a sociedade.

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