março 2017 - UBM - Seção Paraná

UBM - Seção Paraná | Por um Mundo de Igualdade Contra Toda Opressão!

Feministas: Temer reforça em discurso papel da mulher subalterna

quinta-feira, março 09, 2017
Dados do Ministério do Planejamento de maio a novembro de 2016 mostram que foram extintos 1.104 cargos ocupados por mulheres no governo de Michel Temer. A Secretaria de Políticas para Mulheres se transformou em uma pasta dentro da Justiça. Todos os ministros são homens. Para a presidenta da União Brasileira de Mulheres (UBM), Lúcia Rincón, o discurso de Michel Temer nesta quarta-feira (8) destacando o papel doméstico da mulher é coerente com o perfil do atual governo.

Temer ressaltou saber “o quanto a mulher faz pela casa”. Falou da importância da figura feminina para a criação dos filhos que, segundo ele, é tarefa da mulher, e da capacidade que elas têm em “indicar os desajustes de preços em supermercados” e “identificar flutuações econômicas no orçamento doméstico”. As declarações geraram uma onda de críticas no país que foram destaque na imprensa internacional.

“As declarações do presidente ilegítimo manifestam mais uma vez a concepção retrógrada e conservadora das relações sociais de gênero, do papel da mulher na sociedade”, declarou Lúcia. Para ela, esse ideário está marcando a política desse governo de ataque à toda a legislação e políticas progressistas.

“Essa visão autoritária, patriarcal das relações eles vêm manifestando em todo o processo político no Brasil. Um processo impregnado de falta de caráter, atitudes sorrateiras, traição. Tudo faz parte de uma forma de ver o mundo e que corremos o risco de ver crescer na nossa sociedade porque a legislação que esse governo tem estimulado e implantado intervém em toda a legislação progressista”, comparou Lúcia.

Na opinião de Liége Rocha, secretária nacional da Mulher do PCdoB, o destaque dado por Temer ao papel doméstico da mulher aposta no atraso e não reconhece o avanço da mulher no mercado de trabalho e na participação social. “Ele tenta relegar a mulher a um papel secundário, não quer reconhecer nossa atuação como construtoras desse grande país que é o Brasil.”

Na primeira gestão da presidenta Dilma Rousseff, mais da metade dos empregos formais criados foram ocupados por mulheres. Um dos maiores programas de transferência de renda do país, o Bolsa Família, que atende 14 milhões de brasileiros, tem 93,2% de mulheres responsáveis pelo benefício.

Houve avanços, mas ainda tímidos. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) de 2016 mostra que o trabalho doméstico continua sendo um dos líderes entre os postos ocupados por mulheres. Em março do ano passado, o trabalho não remunerado feito em casa somava 5,9 milhões de mulheres, 14% da população feminina.

De acordo com Ieda Castro, ex-secretária nacional de Assistência Social (SNAS) no governo da presidenta Dilma, o governo usa uma falsa tese de pente fino no Bolsa Família para “impedir que as mulheres tenham uma transferência de renda e voltem à condição de subalternidade”.

Liége disse que Temer quer reforçar as estatísticas que jogam a mulher na invisibilidade. Segundo ela, nesse cenário, ganha força a ideia de “nenhum direito a menos”. “Hoje há mulheres exercendo funções relevantes em diversos espaços e, ao contrário do que pretende o presidente golpista, nós queremos avançar ainda mais. Nossa luta é para superar a sub-representação feminina nos espaços de poder enquanto Temer quer jogar as mulheres na invisibilidade”, criticou.

As manifestações do 8 de Março unificaram os movimentos contra as reformas de Michel Temer, sobretudo a da Previdência Social. A denúncia da violência doméstica, a defesa do direito ao aborto se somaram às críticas ao projeto de Temer que ataca a proteção social prevista na Constituição brasileira de 1988.

“As estatísticas recentes têm mostrado a reprovação ao desempenho do ilegítimo presidente. Apontam que a maior parte da população vai se esclarecendo quanto ao caráter do golpe que sofremos no Brasil. O 8 de Março mostrou a população indignada com o golpe que está sofrendo no mundo do trabalho e na sua história de vida e na sua perspectiva de velhice”, enfatizou Lúcia.

Fonte: Portal Vermelho
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Neste 8 de março, UBM-Paraná vai às ruas contra as reformas da previdência e trabalhista

domingo, março 05, 2017
Ato público na Praça Santos Andrade, em Curitiba, também denunciará violências decorrentes do patriarcado e exigirá ampliação e manutenção de políticas públicas para as mulheres 

A União Brasileira de Mulheres - Seção Paraná (UBM-PR) e representantes de cerca de 50 entidades mulheres e feministas participaram de todas as reuniões organizativas das atividades a serem realizadas no dia 8 de março - Dia Internacional das Mulheres em Curitiba. Na quarta-feira (8), a concentração no ato público “Nem Uma Mulher a Menos | Nenhum Direito a Menos”, terá início às 17h, na Praça Santos Andrade - em frente ao prédio histórico da UFPR. A UBM-PR estará presente reforçando os protestos contra as reformas da previdência e trabalhista.

Para a coordenadora da UBM-Paraná, Maria Isabel Corrêa, o 8 de março de 2017 será marcado pela luta das mulheres de todo o Brasil contra a Reforma da Previdência. “É inadmissível que esse presidente ilegítimo lance mais um golpe contra nós mulheres. Seremos golpeadas duas vezes, pois a idade mínima para aposentadoria será de 65 anos - igualando com a dos homens - e teremos de trabalhar por absurdos 49 anos para que nossa contribuição por tempo de serviço e nossos direitos sejam respeitados integralmente. No entanto, temos salários que diferenciam em 32% a menos quando ocupamos o mesmo cargo que um homem, convivemos com a jornada dupla e somos chefes de famílias em mais de 40 milhões de lares brasileiros segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) /IBGE de 2016. Não aceitaremos esse golpe. Estaremos nas ruas contra todas as políticas que oprimem as mulheres ”, protesta Isabel.

A luta das mulheres na capital do Paraná também será registrada por insistentes denúncias contra o patriarcado e das violências dele decorrentes, como o feminicídio, que é causa da morte de mulheres que são mortas (assassinadas) só por serem mulheres. A cada 12 minutos uma mulher é estuprada no Brasil e a cada 90 minutos uma mulher é morta no Brasil. Esses números nos mostram que nossa luta é para por fim aos crimes provocados pelo sistema patriarcal, o qual tem nos seus pilares o machismo e a misoginia. Não aceitamos a morte de nenhuma de nós. Não aceitamos nenhum direito a menos. Exigimos políticas de proteção para as mulheres e punição rigorosa para agressores e criminosos”, defende a coordenadora da UBM-PR, que fechará a atividade em Curitiba com sua voz e violão(veja na programação). 

8M Curitiba e Região Metropolitana - A articulação em torno do Dia Internacional das Mulheres em Curitiba e Região Metropolitana envolve as seguintes entidades representativas: movimento de mulheres (União Brasileira de Mulheres - UBM, Marcha Mundial das Mulheres, Secretaria de Mulheres da CUT, Fórum de Mulheres de São José dos Pinhais, Fórum de Mulheres do Paraná, Marcha das Vadias de Curitiba, Mães pela diversidade, Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista, Federação das Mulheres do Paraná, Mulheres de frases, Mulheres pelas Mulheres, Rede Mulheres Negras do Paraná, Rede Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos-PR, Política por.de.para Mulheres); movimento sindical (Sismuc, Central Única dos Trabalhadores do Paraná - CUT/PR APP-Sindicato, Sinsep, Sinsepar, Sinditest/PR; Sindpetro-PR/SC, SindSaúde-PR, Fetec-PR, Ação da Mulher Trabalhista-PR); movimento estudantil (Assembleia Nacional de Estudantes; União da Juventude Socialista - UJS Curitiba, União Paranaense dos Estudantes, União Paranaense dos Estudantes Secundaristas); coletivos de mulheres e independentes (Coletivos de Mulheres do Sismuc, PartidA-Curitiba, Coletivo de Jornalistas Feministas Nísia Floresta, Coletiva Tuíra, Coletivo Alicerce, Coletivo Alzira, Coletivo Anália, Coletivo Daisy, Coletivo FURIA , Coletivo Gulabi Antifa, Coletivo Maria Falce de Macedo, Coletivo Reinventando Gêneros, Coletivo Zumbi e Dandara, Coletivo RUA - Juventude Anticapitalista, Nova Organização Socialista e CWB Resiste), além da Pastoral da Diversidade, Promotoras Legais Populares de Curitiba e Região Metropolitana (PLP’s) e representantes de alguns partidos políticos e de gabinetes de vereadores, entre outros. 
Confira a programação:


8M Greve Internacional das Mulheres - A UBM-PR segue o posicionamento da UBM-Nacional, que traz este ano o mote "8M - Mulheres Param Pela Aposentadoria". Entretanto, também apoia a Greve Internacional de Mulheres (GIM), conhecida ainda como The International Women’s Strike (IWS) ou Paro Internacional de Mujeres (PIM), iniciativa que resultou de ações específicas de movimentos protagonizados por mulheres em países como Argentina, Polônia e mais recentemente nos Estados Unidos, quando intelectuais como Angela Davis e Nancy Fraser, após marcharem contra a posse do presidente norte-americano Donald Trump, realizada em 21 de janeiro, reforçaram a convocação das mulheres para uma greve geral no dia 8 de março. 

A greve internacional - uma articulação global de mulheres que mergulharam em um processo organizativo e político - é contra o patriarcado, a violência masculina, a informalização no mercado de trabalho, a desigualdade salarial, a homofobia, transfobia e xenofobia e em defesa dos direitos reprodutivos. “O slogan da greve internacional é claro: “Se nossas vidas não importam, que produzam sem nós”. As mulheres são a maioria do mundo e o sistema capitalista depende da nossa força de trabalho. No entanto, por mais que tenhamos avançado nos últimos anos, quando comparamos a relação entre homens e mulheres no mercado de trabalho, as desigualdades ainda permanecem. Por isso nosso posicionamento contra as reformas da previdência e trabalhista impostas pelo governo Temer”, reflete a coordenadora da UBM-PR.

Orientações da Greve Internacional de Mulheres - Brasil * - As ações, atividades e notícias relacionadas à greve podem ser acompanhadas pelos site www.8mbrasil.com (em português) e também no www.parodemujeres.com (em espanhol/inglês). Veja abaixo as orientações para a data:

- Vista uma peça de roupa ou adereço da cor lilás com símbolo de participação no movimento. Ou coloque uma bandeira da mesma cor na sua janela ou no carro;
- Pare por um dia as tarefas domésticas como: cozinhar, limpar, cuidar;
- Interrompa as atividades laborais remuneradas por toda uma jornada;
- Caso não consiga, pare no seu trabalho durante a Hora M, que será definida localmente. Algumas cidades brasileiras adotarão o intervalo de 12h30 a 13h30;
- Reúna-se com suas colegas de trabalho para conversar sobre as desigualdades que afetam a todas as mulheres;
- Saia às ruas para protestar no fim do dia junto a outras mulheres no horário definido localmente.

*Texto extraído  do evento no Facebook organizado pelo www.facebook.com/GrevedeMulheres
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8 de Março: Fora Temer! Tire as mãos da nossa aposentadoria!

domingo, março 05, 2017



Neste 8 de Março – Dia Internacional da Mulher, as mulheres ocuparão as ruas para lutar em defesa de seus direitos.

No mundo todo, a crise financeira internacional vem afetando diretamente os direitos das mulheres, e muitos direitos já conquistados estão sendo ameaçados: direito ao trabalho digno; à terem filhos se, quantos e quando quiserem; apoio dos Estados à maternidade com creches e; no Brasil querem acabar, inclusive, com o direito das mulheres à aposentadoria, tudo isso sempre sob o frágil argumento do “corte de gastos”. O que está por trás da falaciosa argumentação de que o Estado gasta demais, é o desejo de certa elite parasita de acabar com os investimentos públicos em políticas sociais para remeter mais e mais dinheiro para o sistema financeiro, não importando se à custa da vida de milhões de pessoas. Neste cenário de amplificação da pobreza e desemprego, somos nós, mulheres, as mais expostas e vulneráveis, especialmente as mulheres pobres e negras. Com o movimento feminista internacional, nos unimos às mulheres de todo o mundo que, neste 8 de Março, realizam a paralização internacional sob o mote “Se nossas vidas não importam, produzam sem nós!” Lutamos contra a crise e em defesa do trabalho das mulheres.

Na contramão de todos os países desenvolvidos, as mulheres e todo o povo brasileiro, sofremos com o golpe e a deposição de nossa primeira presidenta eleita, Dilma Roussef. Sob o comando ilegítimo de Michel Temer, e o Brasil despenca nos rankings internacionais. Dizem tentar construir saídas para a crise, mas, atendendo aos reclamos do capital financeiro, apostam em políticas que já fracassaram em todo o mundo. A receita amarga que preconiza o corte de investimentos e a privatização do patrimônio público mostrou-se um fiasco onde quer que tenha sido aplicada, e, ao contrário de construir saídas, ampliou a crise financeira e jogou a conta nas costas das trabalhadoras e dos trabalhadores. A dita “Reforma” da Previdência significa, na prática, o fim da aposentadoria para os trabalhadores brasileiros. Para nós mulheres, a injustiça será em dobro, pois, além dos absurdos 49 anos de trabalho para ter o direito à se aposentar, igualaram o tempo de contribuição necessário entre homens e mulheres, como se toda a carga de trabalho extra realizado em casa, quase que exclusivamente pelas mulheres, não valesse absolutamente nada! Por isso, não admitimos essa “Reforma” e exigimos a manutenção dos nossos direitos previdenciários.

A política suicida de Temer também está conduzindo o país ao caos e, cada vez mais, são os nossos direitos que estão sob risco. Sem investimento do Estado, a Lei Maria da Penha corre o risco de virar letra morta, deixando as brasileiras à mercê da violência doméstica, num dos países mais violentos com suas mulheres em todo o mundo: a cada 15 segundos, uma brasileira é espancada. Direitos consolidados como o direito ao aborto em casos de estupro e risco de vida para a mãe, também estão sendo ameaçados. O risco de retroceder décadas é real, o que nos dá ainda mais gana para lutar!

Nós, mulheres brasileiras, sempre demos provas de nossa combatividade! Deixamos claro, mais uma vez, que não aceitaremos o autoritarismo e o machismo e que não aceitaremos nenhum direito a menos! Para tanto, é necessário que o Brasil se una em torno de um projeto de país, encampado por forças políticas democráticas e com legitimidade para exercer o poder. Ou seja, a luta contra o machismo e a garantia de mais direitos para as mulheres brasileiras passa pela luta decidida contra o governo golpista.

Nenhum direito a Menos. Fora Temer! Diretas Já!

União Brasileira de Mulheres - Seção Paraná

Março de 2017
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